11 de outubro de 2013

"Mundanças"

         

O acento nas palavras caiu, a ficha não. As minhas "mundanças" que ocorreram no ultimo mês ainda me confundem e eu ainda falo "obrigada" ao invés de "Thank you", ainda tomo leite tentando sentir o gosto de casa, mas a verdade é que a casa que eu costumava chamar de lar se perdeu e mudou pra algo que eu ainda acordo a noite e estranho me perguntando onde estou, ainda acordo de manha esperando minha mãe me chamar com o café pronto. Talvez eu nunca me acostume com essas mundanças que me jogaram do outro lado do continente sem ninguém pra abrir o coração sem parecer confusa. Essa vida tão agridoce sem conseguir decidir se ta mais doce ou salgado, me confunde, me colocando entre a saudade e a descoberta do novo que esta virando conhecido. Com as minhas mundanças aprendi que aprendizados vem sozinhos, não com o que você escreve no caderno sem pretensão nenhuma de fazer uma boa caligrafia, aprendi a tirar a maquiagem antes de dormir, que alumínio não vai no microondas, que é impossível falar "three", que algumas pessoas não querem saber se você é do Brasil ou da China eles vão continuar falando rápido e você não vai entender, que não importa onde você vá sempre vão ter pessoas que vão tentar te derrubar. Aprendi a fazer números legíveis, que música brasileira é ótima, que dinheiro vai igual água e economizar não é tão fácil quanto parece. Aprendi que a carencia se finge de paixão as vezes, que um abraço faz mais falta que um "eu te amo" enviado via Skype, aprendi que culturas não são discutíveis, mas sim "acostumáveis", que alegria se esconde num pedaço de paçoca, numa carta recebida e numa gentileza nessa terra que poupa preocupações com sentimentos alheios, que a vida não toma o rumo que você quer porque nem sempre o que você quer é certo. Aprendi que a saudade pode ser uma companheira silenciosa de domingo a noite, que nem tudo que brilha é ouro, que querendo ou não beleza importa, que meu sotaque é engraçado e que se expressar em outra língua que não a sua, 99% das vezes é frustrante. Com as minhas mundanças mudei de dentro pra fora, é mais do que os novos batons vermelhos que comprei, mais do que as roupas e os sapatos que comprei sem pensar, ta por trás do meu sorriso que agora pesa um pouco pra baixo escondendo alguma saudade de alguma coisa que pensei que não faria diferença e agora faz, ta nos meus pensamentos que as vezes parecem de uma idosa com idade o suficiente pra tricotar numa cadeira de balanço e que as vezes parecem de uma criança que não ganhou o que queria, ta nas minhas mudanças de humor que agora parecem uma montanha russa do parque da Disney que espero ansiosamente pra conhecer. A diferença não ta mais na língua, não ta na bandeira, na cultura ou no país, as mundanças vem de dentro pra fora. 

10 de outubro de 2013

Troquei os amigos por livros


Sabe de uma coisa? Cansei de pessoas, acho que elas são complicadas demais e de brinde, conseguem acabar com a concepção que criamos sobre alguma coisa... Na verdade, sobre qualquer coisa, desde um simples gesto de afeto, até uma atitude que venha a ser cobrada em um futuro distante.

Chego a ter medo de generalizar, mas sinto que eu deveria criar uma Ruby Sparks para mim e tentar manipular para que seus pensamentos combinem com os meus. Mas ao mesmo tempo chego a conclusão de que talvez seria um tanto normal demais esse meu modo de ver, e terminaria que minha Ruby Sparks seria considerada um segundo eu e sinceramente? Isso não é legal!

Troquei os “melhores amigos” por livros e cadernos. Os livros tem a função de me atualizar das coisas que se passam (ou passaram), e o caderno tem a função de me ouvir. A grande e maravilhosa diferença é que o livro só vai me contar o que é necessário e o caderno não vai me interromper ou dar lições de moral!


Tenho um total de 47 amigos e vou contar algo interessante: estou louco para ir conhecer uns novos na livraria!